domingo, 27 de dezembro de 2009

Bote de risco

Victor Rocha Nascimento

Tô de olho, espiando pra te ver passar
Tô de olho no meu canto, com medo de me machucar
Melhor tomar cuidado e estar bem preparada pro momento em que eu decidir sair da tocaia e te assaltar.
Melhor é não esperar nada, por que, de tanto sofrer na maldade, minh'alma se fez cansada e nada melhor do que o medo pra me prevenir.

Tô com a vida inundada e a correnteza não me deixa esperar
Tô jantando migalhas pra não saber como voltar
Melhor sair do esconderijo, cortar caminho e pular no primeiro abismo. Correria na frente, viveria perigos pra te impressionar.
Melhor não arriscar nada, nem esperar na encolha. Melhor seguir minha vida, ouvir a voz da ferida e aproveitar as novidades que não param de me coagir.


Tô fitando essa lua que se fez minguada pra me perturbar
Tô de cara amarrada, sem saber direito com que cara ficar
Melhor seria não ter que sentir nada, e ainda que não sinta, não ter com o que me preocupar.
Melhor era nem encarar a lua, nem dar bola pra alvorada, ficar só no meu canto, de barba molhada. Melhor deixar pra lá.

2 comentários:

Mari disse...

fico meio perdida quando tento achar a parte auto-biográfica que suponho ter por aí. mas é ainda muito bom curtir o ritmo das palavrinhas que o senhor publica por aqui! :)

Victor Rocha disse...

Se não acha o que tenha a ver comigo, procura no texto qualquer coisa que tenha a ver com você! ^^