quinta-feira, 13 de agosto de 2009

E nada muda!

Victor Rocha Nascimento

Escrever num ataque te mau humor sem sentido da nisso:
(Não tentem em casa)


Nada muda.
Muda a voz. Muda a vida. A vida muda agora fala mas ainda assim ninguém escuta sua voz agúda.
Muda o mundo, o mundo gira. A vida passa nas voltas das rodas do mundo, mas é a mesma roda imunda que se vê na praça todo dia.
Mudam amigos, mudam cores, mudam idades, mudam amores. Mudam pais e filhos e mudo eu, muda você e nada muda.
Mudam idéias, mudam classes, mudam certezas e verdades. Mas a raridade não muda.
A mente muda, o homem muda e o destino muda, mas desde o início o fim é todo igual.
Muda o dia, muda a hora, muda a história e nada muda. É a mesma merda de sempre.
Muda o líder e o estado, o culto e o alienado, e as vadiagens do senado, e nada muda.
Não muda o choro, não muda o cheiro , não muda a dor e nem o desespero, ainda que mude tudo, tintim por tintim. Não mudam os gostos, nem os sonhos, nem a sede, nem a fome. Não muda o exagero.
Ainda que tudo mude, que todos mudem, que se emudeça o mundo, e ainda que o mundo fale, nada muda.
O velho muda o novo e é o velho quem mais muda, antes mesmo de se mudar; de encontrar uma caixa para se guardar. O Novo aprende e muda, e muda, e muda, e muda até virar o velho, até voltar ao início, até ser igual, e se muda, quando muda, é para poder imitar.

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