quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Conflitos Bolivianos se intensificam e o destino do país segue incerto.

Victor Rocha Nascimento

Na medida em ocorrem conflitos entre o presidente Evo Morales e a oposição, o futuro da Bolívia se torna cada vez menos previsível . As exportações de gás natural já foram diversas vezes prejudicadas por este conflito que ocorre próximo ás áreas onde se instalam os gaseodutos do país.
Os problemas tiveram início quando o presidente boliviano obteve a vitória no revogatório de 10 de agosto deste ano. Tendo seu mandato elevado, Morales viu seus oposicionistas intensificarem os movimentos contra o governo.
Os opositores das regiões mais ricas do país como Pando, Tarija e Santa Cruz, iniciaram intensos protestos onde passaram a exigir a devolução de uma porcentagem dos impostos cobrados, que haveriam sido usados pelo governo para financiar um programa de previdência social. Outra reivindicação é a autonomia na administração estadual, que foi votada e aprovada no início do ano, mas que não foi efetuada.
Os opositores também mostraram sua opinião de maneira veemente sobre a idéia da nova constituição estatizante a qual foi aprovada sem a presença dos mesmos. Em 25 de novembro do ano passado, enquanto a assembléia constituinte votava a favor do projeto, houve mortos e feridos em um confronto contra a polícia, onde opositores reclamavam o direito de participar da votação.
A partir disto parece ter se criado um ciclo. Várias vezes a oposição e o governo entraram em confrontos que causaram feridos e mortos para ambos os lados.
Em setembro deste ano, manifestantes em meio a um protesto anti-Morales fizeram ataques aos gasodutos em Santa Cruz, o que fez com que as exportações para Brasil e Argentina fossem interrompidas. O governo brasileiro chegou a se colocar à disposição para intervir e ajudar o país boliviano afim de que não ocorressem maiores problemas na exportação ainda que o Brasil tivesse que negociar com ambas as partes, mas Evo Morales tentou acalmar a situação afirmando que os conflitos internos em seu país não afetariam o fornecimento de gás para o Brasil. Contudo o Brasil chegou a receber apenas metade do gás que vinha obtendo da Bolívia. O gasoduto que tinha sua produção totalmente voltada para o Brasil foi sabotado gerando a interrupção total de sua produção, sendo que a indústria paulista e parte dos veículos do sudeste brasileiro são dependentes deste gás, o que fez com que planos de contingência estatal fossem reforçados. Pouco tempo depois a divisa do Brasil com a Bolívia foi fechada pelos opositores que chegaram a interromper até mesmo as ligações ferroviárias e quando reabriram cerca de 7mil brasileiros chegam a deixar a cidade de Santa Cruz por medo da situação violenta que se passava.
Sem maiores problemas, o governo boliviano conseguiu retomar os gaseodutos, reforçando a exportação priemeiaramente para a Argentina e pouco depois para o Brasil, ainda assim Morales se irritou de tal forma que chegou a expulsar o embaixador estadunidense do país, alegando que o mesmo incentivava os protestos.
Recentemente o presidente da Bolívia acusou “pequenos grupos conservadores” de planejar “um golpe civil” contra seu governo. No seu discurso perante a Assembléia Geral das Nações Unidas, em Nova York, Morales afirmou que os países da América Latina e da Europa se voltaram contra este tal "golpe civil", mas os Estados Unidos não condenaram estes “atos de terrorismo" que, segundo ele, cometeu a oposição. Pelo contrário, apoiáramos opositores, o que era inadmissível.
Ao acalmarem os humores de ambas as partes, a oposição iniciava as negociações para o fim dos conflitos onde expunha as reenvidicações dos camponeses e organizações sociais aos entornos da cidade de Santa Cruz, epicentro da oposição. O governo fez questão de deixar claro que não mudarão “nem uma vírgula” do projeto que foi aprovado pela Assembléia Constituinte no ano passado. A oposição afirmou que iria continuar a negociar a autonomia na administração estadual e distribuição dos recursos de hidrocarbonetos como tentativa de superar as diferenças. Porém, a oposição cancelou hoje as negociações. Eles alegaram que a prisão que ocorreu a um de seus líderes cívicos foi “radical” e acusaram o governo de querer o fracasso das negociações, já que estava “descumprido com o combinado”. O governo rejeitou o argumento afirmando que a prisão foi efetuada por um órgão judicial e passou a acusar a oposição de tentar se aproveitar da situação para encobrir o delito.
A decisão os levou a quase romper o diálogo e reacendeu acusações mútuas entre governo e oposição. Tornou-se impossível até agora um consenso para a saída da crise política.
As cosias que pareciam estar se resolvendo agora estão se complicando ainda mais. Não se pode saber até quando esta rixa irá durar e nem até que ponto as cosias podem chegar, mas de certo este conflito marcará a tão comentada formação do “neo-socialismo” boliviano, que poderá ser concretizada a partir da nova constituição que está para ser decidida em um acordo de Morales e a oposição.
Com o futuro incerto da Bolívia, o Brasil terá que encotrar novas opções para assegurar este importante demanda de energia e se previnir para que não ocorram fatos semelhantes onde o governo brasileiro seria pego de surpresa.

Um comentário:

Victor Rocha disse...

Eu sei que esta está muito ruim, mas tinha bastante coisas para falar, não tinha como sair falando dos fatos mais recentes sem explicar o resto aqui no blog e o método noticioso não é muito para contar histórias longas, mas ta valendo, vou deixar isso aí!