segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Presidente de Honduras afirma que a melhor forma de combater as drogas é com a legalidade.

Victor Rocha Nascimento

A reunião de instituições anti-tráfico de drogas, realizada por representantes das América Latina e do caribe, teve hoje sua sede em Honduras. Nesta situação, o presidente do país fez com que a discussão se tornasse mais intensa ao declarar que acredita que a solução para o tráfico pode ser a legalização das drogas.
Manuel Zelaya (foto) expôs seu pensamento para os participantes da reunião apostando em uma medida polêmica para o controle do tráfico de drogas. Segundo ele, seria o método mais eficaz e rápido para controlar a violência.
"O consumidor de drogas é doente, e sua doença tem cura. É por isso que, em vez de perseguir traficantes de droga, as sociedades deveriam investir esses recursos na educação do paciente viciado, visando baixar seu consumo e seus vícios", afirmou dando início à reunião.
Ele seguiu sugerindo que fossem estabelecidos mecanismos para que se estudasse a legalidade de todo o tipo de drogas e que esta seria a solução óbvia para o problema, "mas o mundo ainda não quer reconhecer".
Segundo Zelaya, as drogas continuarão causando a morte de inocentes enquanto elas forem fruto de uma negociata do tráfico ilícito, formado por gângster que corrompem nossa sociedade.

Mesmo com toda a explicação, a idéia não foi bem aceita. O presidente da comissão sobre Segurança e Narcotráfico do congresso, Rodolfo Zelaya, rejeitou decididamente a proposta.
"Estou muito confuso e assustado com o que disse o presidente hondurenho", expressou Rodolfo, pouco tempo depois, na mesma reunião.
O evento, que é patrocinado pela ONU, vai acontecer até sexta-feira e visa reforçar o intercâmbio de informações entre as nações do continente para combater o tráfico e criar novos métodos para reduzir as demandas de fornecimento de drogas.
A idéia de Manuel Zelaya não é uma novidade. Por anos o assunto vem sendo discutido, mas a proposta de legalização nunca teve grandes riscos de ser aceita. Normalmente ela é vista como um "absurdo" pelos organismos de caráter nacional, o que não ocorre tão constantemente na opinião popular, onde a pretensão pela legalização vem ganhando espaço.
Foram criados vários projetos e movimentos sociais que partem dessa idéia. Um deles pode receber uma maior atenção pela proporção e organização. A "Marcha mundial da maconha" reivindica por anos a legalização do consumo e plantio da erva. A próxima atuação deste movimento popular está marcada para o dia 4 de maio do ano que vêm e, com passeatas por diferentes pontos do globo, pretende comover o mundo inteiro pela causa.

Em 2005, o relatório da ONU sobre apontou a renda da produção mundial no mercado ilícito de drogas em cerca de 13 bilhões de dólares. A soma dos preços de mercado beirava os 95 bilhões e levando em conta a cultura e plantio, mais de 1 trilhão.

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