quinta-feira, 9 de outubro de 2008

ONU aponta o continente americano como foco no problema das drogas


Victor Rocha Nascimento


A Onu anunciou, em uma conferencia esta semana, que as Américas produzem e consomem a maior parte dos entorpecentes do mundo. Segundo Antonio María Costa, o secretário e executivo da Oficina das Nações Unidas, "o problema nasce e termina aqui".
Costa assinalou que tanto a produção quanto o consumo no hemisfério americano é muito grande, como é o caso da cocaína, que quase em sua totalidade é produzida na América do Sul (950 toneladas) e que, na América do Norte, se consome a metade desta quantia.

"As Américas enfrentam o problema mais forte do mundo com relação às drogas, o que pode ser visto a partir dos hectares de plantações, toneladas de produção o valor de mercado ou do número de pessoas mortas por seu consumo'', disse Costa na Primeira Reunião Interamericana de Ministros de Segurança Pública.
Segundo ele, a única forma de conter o narcotráfico e, com este, a violência, seria "atacar" simultaneamente a oferta e o consumo.
O secretário seguiu afirmando que um cuidado especial deve ser tomado com a oferta, onde a prioridade deveria ser uma maior comoção contra o cultivo e processamento das drogas, da mesma forma que deveriam ser mais bem estudadas as rotas de comercio por onde os entorpecentes são transportados. Ele disse ainda que algo deveria ser feito para que as drogas sintéticas fossem altamente reduzidas na América do norte.
Antes de terminar, ele fez um apelo para que os países do continente dêem uma atenção maior para causa e que envolvam mais as autoridades locais, promovendo maior segurança ao povo. alguns progressos em matéria de controle de fornecimento. Há uma década eram registrados 200.000 hectares de plantações de cocaína, o que hoje já passou para 150.000 hectares, e entre 1996 e 2006 as apreensões mundiais aumentaram 30% para 50%, porém ainda falta muito para que se tenha tranqüilidade quanto a este assunto.

Falar dos problemas de tráfico e consumo de drogas já parecia banal, mas agora volta a ser um dos pontos altos das discussões de estado americanas, e, mais do que apelos e pedidos, são necessários métodos para que se chegue a uma solução.
Segundo o advogado Nilo Batista, "a descontração do assunto 'drogas' parte de rompermos o discurso moral que o ronda. Quando incorporamos a idéia de 'cruzada' contra os entorpecentes, introduzindo a combinação de elementos morais e religiosos, estaremos exigindo ações sem limites reais." Ou seja, para chegarmos a uma solução, antes de tudo deveríamos tratar do assunto de forma mais criteriosa e política e não moralista.
Os ministros e representantes de 34 nações do continente concluíram ontem a reunião sobre a segurança pública da OEA, onde esperam chegar a mecanismos para melhorar as formas de combate à criminalidade e ao narcotráfico. A organização já adverte que o problema tornou-se uma “epidemia’’ mais mortal Aids, causando mais de 100.000 mortes por ano.

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